Comecei aqui como um sonho, influenciado por muita gente e com brilho no olho, vi no design a chance de ser relevante e ter atenção de pessoas queridas. Como num sonho, tinha 17 anos e mundo se abria pra mim, com aquela certeza, absolutamente absoluta, de adolescente. Para meus sonhos, boa noticia. Hoje, 10 anos depois, sou sim designer, e ainda mais, a vida em agências me trouxe para a direção de arte e consequentemente para São Paulo, que nos primeiros posts aqui, vocês veriam que era um grande desafio pra mim. Eu na real só tenho a agradecer, sou head de arte hoje, lidero pessoas maravilhosas, tenho 27 anos e tenho minha casinha. Uma vida boa, parceira maravilhosa, tudo quase resolvido, embora ainda sim, pouco satisfeito. E assim venho aqui, e escrevo como desabafo. Sei que ninguém mais deve acessar, nem meus amigos, por isso fico confiante pra escrever. Não sei mais o que fazer, hoje com tudo em mãos, parece que falho constantemente, e tudo que ouço são criticas pesadas sobre a coisa que eu mais entrego: dedicação. Na real estou de coração partido com isso, me dói sim. Desde sempre fui extremamente dedicado, até demais e acho que claro isso aqui nos meus posts, por isso voltei queria lembrar um pouquinho da minha história. Deixei de viver muita coisa, e de ser jovem para poder crescer meu trabalho, sempre entreguei tudo com carinho e preocupação, trocando minha saúde e planos, pelo meu senso de dever. Toquei os roles para poder praticar meus layouts, e depois, fiquei horas ouvindo podcasts e videos para deixar de ser apenas diretor de arte, e me tornar criativo de fato. E quando você está chegando lá, crescendo, olhando pra cima, e ainda evoluindo, ouvir que não sou dedicado ou que não me importo, me dói. Já perdi muita coisa nessa vida, a maioria justamente por assumir coisas grandes e ser novo demais, subestimar o desconhecido e tentar levar a vida de modo tranquilo lá fora dos jobs, tudo pela minha devoção e dedicação ao trabalho. Longe disso acima ser um comportamento correto ou saudável. Hoje vejo claramente que não e, talvez ainda não tenha aprendido minha dura lição. Talvez precise mudar, talvez só precise zerar o cronometro, o infeliz é que não recupero o que perdi, são escolhas e há muito já estão feitas. Não que seja infeliz, muito pelo contrário, cheguei longe DEMAIS para um menino prepotente de 17 anos no interior, fiz meu caminho com diversos desvios, mas fiz o meu caminho e aqui estou, longe do fim, mas também perdido no meio do percurso, sendo saco de pancada de gente que fala muito. Aliás tudo que queria era isso: Falar. A arte da comunicação, se fazer entendido, alguém que fosse um suporte. Sempre foi um problema eu me expressar, demonstrar, conversar. Poucos veem isso em mim, que por ter energia eu absorvo muito e preciso falar sobre as coisas para caminhar, mas como sempre, vamos de o clássico: "agora é foco, vamos resolver o que precisa entregar. Mas veja bem, eu falo sim, só que já estou exausto do depois conversamos."E hoje mora no céu o jovem que aguardou a conversa. Longe de mim não querer critica, mas também longe de mim só apanhar. O problema que coloquei energia demais, e pra quem vê, não enxergar isso me magoa. É injusto e raso, porque aliás, sempre pensei que minhas entregas falassem sozinhas. Aparentemente, não. Elas só falam comigo, me encarando e perguntando quem vai defende-las, quem vai entende-las, quem vai abraça-las. Minhas ideias, minha cabeça, minha paz. Grato, mas infeliz. Orgulhoso, mas desesperado. Tentando, mas sozinho Há poucos dias dos 28 anos, tudo que quero é meu eu de volta. O brilho no olhar de quem há mto se pergunta onde se encaixa. Mas era isso, espero que as coisas melhorem, mas sigo bem e forte minha fornada.